Quando falam sobre investigação forense logo nos vem a memória aquelas cenas de séries de investigação criminal, com análise do DNA encontrado, algum vestígio na roupa da pessoa ou uma impressão digital. Mas a ciência forense não se limita a somente essas análises. Para a solução de um crime podem ser analisados vestígios de solo, rocha ou minerais encontrados no local do crime ou junto aos suspeitos, e nesses casos, é necessário um Geólogo Forense.
Apesar de ser uma ciência já aplicada desde o final do século XIX, somente no final do século XX que começou a ser devidamente reconhecida, com a publicação do livro de Geologia Forense por Murray e Tedrow, onde eles debatem os princípios, documentação e relatos de sucesso em casos que foram utilizadas tais análises. No Brasil, os estudos da área ainda não estão bem desenvolvidos, mas as técnicas já são bastante utilizadas dentro da Polícia Federal e Civil.
Em todo lugar que você vai algum registro desse lugar fica preso a você, nas suas roupas, ou no seu veículo. Se for um vestígio de solo, as principais características a serem analisadas são: a cor, a distribuição granulométrica, e a mineralogia.
A cor é utilizada por ser algo facilmente percebida, porém, também é algo subjetivo já que depende da percepção de cada pessoa. Por isso, para essa análise é usado um aparelho chamado Espectrofotómetro, que permite uma medição mais precisa e objetiva da cor. A análise da distribuição granulométrica dos sedimentos investigados pode ajudar a fornecer dados de onde pode ter vindo, se são grãos menores e bem arredondados podem pertencer a alguma praia, rio ou algum outro lugar semelhante. E por fim, a mineralogia, que em conjunto com as outras análises ajuda a identificar em que região pode ser a origem do material estudado. Essas análises sozinhas muitas vezes não tem a capacidade de comprovar algo, por isso normalmente são utilizadas em conjunto e com outras áreas das ciências forenses.
Também há outras formas de auxiliar na investigação criminal, como a investigação subterrânea com a geofísica. Onde utilizam um radar (GPR – Radar de Penetração no Solo) que envia ondas para a subsuperfície e ao receptar de novo essas ondas, pode-se verificar se há algum objeto abaixo. Essa técnica é mais utilizadas para descobrir onde estão enterrados objetos roubados ou que possam auxiliar na investigação.
Um exemplo atual é a investigação da origem do petróleo encontrado nas praias do nordeste do País, a partir da análise do material conseguiram determinar de onde veio, pois cada petróleo possui características químicas únicas.
Portanto, se você faz geologia e passa horas assistindo séries investigativas, pode ter a oportunidade de utilizar seus conhecimentos geológicos e experiência delas se for trabalhar na área.
Fontes:
A Geologia Forense como ferramenta auxiliar da investigação criminal
https://segurancaecienciasforenses.com/2012/03/13/a-geologia-forense-como-ferramenta-auxiliar-da-investigacao-criminal/. [Acessado em: 18 de outubro de 2019].
https://igeologico.com.br/blog/2019/08/25/voce-sabe-o-que-e-geologia-forense-e-para-que-ela-serve/. [Acessado em: 18 de outubro de 2019].
Guedes, A.; Valentim, B.
Dados geológicos em ciências forenses. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32074/1/15%20-%20GuedesValentim.pdf. [Acessado em: 18 de outubro de 2019]
Análise de pesquisadores da UFBA aponta que óleo que atinge litoral do NE é produzido na Venezuela.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2019/10/10/analise-da-ufba-aponta-que-oleo-que-atinge-litoral-do-ne-e-da-venezuela.ghtml. [Acessado em: 18 de outubro de 2019].
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